Câmara Municipal autoriza Prefeitura de Fortaleza a contratar crédito de R$ 1,8 bilhão

A Câmara Municipal de Fortaleza aprovou, na última terça-feira (22), o pedido da Prefeitura para contratar um empréstimo de R$ 250 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com isso, o valor total autorizado para operações de crédito pela gestão do prefeito Evandro Leitão (PT) ultrapassa R$ 1,8 bilhão. Todos os cinco pedidos de empréstimo tramitam na Casa em regime de urgência.
Votação e posicionamentos
A proposta recebeu apoio da base governista, com mais de 20 vereadores favoráveis. O líder do governo, Bruno Mesquita (PSD), e os vereadores Michel Lins (PRD), Mari Lacerda (PT), Aglaylson (PT), Gabriel Aguiar (PSOL), Dr. Vicente (PT) e Marcel Colares (PDT) defenderam os empréstimos e apoiaram o regime de urgência para as matérias.
Por outro lado, a oposição manifestou críticas. O vereador Jorge Pinheiro (PSDB) questionou a manobra para acelerar a tramitação, lembrando que empréstimos anteriores não receberam o mesmo tratamento. “Agora vão votar a favor porque é do governo do PT?”, indagou. Em resposta, Adail Jr (PDT) afirmou que sempre votou a favor de empréstimos, independentemente da gestão, e que os recursos são necessários para o desenvolvimento da cidade.
A vereadora Bella Carmelo (PL) criticou a gestão financeira da Prefeitura, questionando como a administração pode assumir novos empréstimos se a cidade estava “quebrada” até recentemente. Já a vereadora Adriana Gerônimo (PSOL) defendeu os empréstimos, argumentando que eles visam reestruturar a dívida com juros mais baixos e trazer soluções para as políticas públicas.
Empréstimos autorizados
Os cinco pedidos de empréstimo aprovados são:
- R$ 1,1 bilhão junto ao Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD);
- R$ 150 milhões e R$ 51,3 milhões junto à Caixa Econômica Federal;
- R$ 250 milhões no Banco do Brasil;
- R$ 250 milhões no BNDES.
Atualmente, todos os pedidos estão sob pedido de vistas dos vereadores Julierme Sena (PL) e PP Cell (PDT) na Comissão Conjunta de Constituição e Orçamento. Os parlamentares têm prazo de uma sessão para devolver a matéria.
A oposição questiona a necessidade de tantos empréstimos e a capacidade da Prefeitura de honrar a dívida, enquanto a base governista argumenta que os recursos são essenciais para investimentos em infraestrutura e políticas públicas. O debate segue acirrado na Câmara Municipal, com implicações diretas para o futuro financeiro e administrativo da cidade.