Ciro Gomes admite convite de Tasso e cogita disputar o Governo do Ceará em 2026

Nos corredores da Assembleia Legislativa do Ceará, o assunto dominante nesta terça-feira (6) foi a movimentação política do ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Em um café da manhã reservado com parlamentares da oposição, Ciro deu sinais de que não pretende se manter apenas no discurso: além de críticas ao governo Elmano de Freitas (PT), o ex-governador revelou que foi convidado por Tasso Jereissati para se filiar ao novo partido que resultará da fusão entre PSDB e Podemos.

A fala de Ciro animou os oposicionistas e reacendeu especulações sobre seu futuro político. Durante o encontro, ele falou sobre temas como segurança pública, a crise institucional do país e a condução da gestão estadual. Chegou, inclusive, a admitir a possibilidade de disputar novamente o Governo do Estado em 2026.

Fusão e bastidores agitados

O ponto alto da conversa, no entanto, foi a revelação do convite feito por Tasso. A possível filiação de Ciro ao novo partido intensificou as especulações sobre sua saída do PDT, legenda pela qual concorreu à Presidência em 2022.

Nos bastidores, o movimento é visto como uma reconfiguração importante do cenário partidário no Ceará. Hoje, o Podemos no Estado é controlado por Bismarck Maia, ex-prefeito de Aracati e aliado do governador Elmano. Após a fusão, há expectativa de que o deputado federal Eduardo Bismarck, filho de Bismarck Maia, assuma o comando do novo partido — o que garantiria à base governista o controle de mais uma legenda.

A declaração de Ciro, atribuindo a liderança da fusão a Tasso Jereissati, gerou reações imediatas. Parlamentares governistas passaram a manhã em articulações e consultas, enquanto Eduardo Bismarck se viu obrigado a reafirmar aos colegas sua articulação com a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu.

Sinal à oposição

Segundo relatos, durante a conversa com os deputados, Ciro chegou a telefonar para aliados do PDT para comentar a possível candidatura e a troca de partido. Apesar de analistas considerarem pouco provável que ele concorra ao Palácio da Abolição, o gesto foi interpretado como um sinal de movimentação concreta da oposição.

Com o cenário nacional em plena transformação — com fusões partidárias e federações em curso — a simples possibilidade de Ciro mudar de sigla e voltar ao jogo estadual já é suficiente para mexer com os bastidores políticos no Ceará.

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