Corrida pelo Senado em 2026 já movimenta bastidores políticos no Ceará

Com duas vagas em disputa, cenário eleitoral do Senado Federal mobiliza nomes de diferentes espectros políticos, e Ceará deve protagonizar embates estratégicos entre base governista e oposição.

A dois anos das eleições de 2026, o cenário político no Ceará já se aquece com especulações e movimentações em torno da disputa pelas duas vagas ao Senado Federal. O debate envolve figuras tradicionais, políticos em ascensão e lideranças com trajetórias consolidadas, tanto da base aliada ao governador Elmano de Freitas (PT) quanto da oposição.

Oposição com múltiplos nomes e nova aposta do PL

No campo oposicionista, uma mudança significativa: o senador Eduardo Girão (Novo) já afirmou que não concorrerá à reeleição, abrindo espaço para novos nomes. Uma das novidades é a indicação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que declarou publicamente apoio ao nome do deputado estadual Alcides Fernandes (PL), pai de André Fernandes, como seu pré-candidato ao Senado no Ceará.

Além dele, a vereadora mais votada de Fortaleza, Priscila Costa (PL), também manifestou interesse em disputar, reforçando a demanda por representatividade feminina na Casa Legislativa.

Outros nomes ventilados incluem o deputado federal Moses Rodrigues (União Brasil) e o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil), que vem de derrotas nas disputas ao Governo do Estado e à Prefeitura de Fortaleza, mas ainda figura como liderança expressiva da oposição. Já o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), embora cogitado, dá sinais de que deve mirar novamente o Palácio da Abolição.

Do meio acadêmico, surge o ex-reitor da UFC, Cândido Albuquerque, que também já admitiu interesse em entrar na disputa. O PSDB, por sua vez, tem como possível nome o médico Dr. Cabeto, ex-secretário estadual de Saúde no governo Camilo Santana.

Base governista e o desafio da unidade

Na base do governo Elmano de Freitas, o cenário também é complexo. O atual senador Cid Gomes (PSB) tem afirmado que não pretende disputar a reeleição, embora seu nome seja amplamente defendido dentro do PSB. Caso decline, o deputado federal Júnior Mano, recém-filiado à legenda, desponta como opção.

O deputado José Guimarães (PT), líder do governo Lula na Câmara, é um dos nomes mais fortes da base e já manifestou publicamente o desejo de concorrer, com apoio do ministro Camilo Santana (PT). Outro nome tradicional que volta ao debate é o do ex-senador Eunício Oliveira (MDB), que deseja retornar ao Senado.

O ex-senador Chiquinho Feitosa (Republicanos) também está no radar, afirmando ter condições de representar o Ceará mais uma vez no Congresso. Na Assembleia Legislativa, o presidente da Casa, Romeu Aldigueri (PSB), surge como nome lembrado por aliados — até mesmo fora da base direta do governo.

O chefe da Casa Civil de Elmano, o jornalista Chagas Vieira, também teve seu nome citado nas últimas semanas. Ele recebeu elogios públicos do ministro Camilo, que destacou sua capacidade técnica e política.

Ainda dentro desse leque de possibilidades, o deputado federal Mauro Filho (PDT) confirmou conversas com Cid Gomes e estuda viabilidade de uma candidatura.

Já a deputada federal Luizianne Lins (PT) teve seu nome lançado pelo Campo da Esquerda, corrente interna do PT, mas sua presença na lista não é vista como consensual dentro da base, o que pode gerar tensões entre as alas do partido.

Cenário indefinido e necessidade de articulação

Com uma lista extensa de pré-candidatos e nomes sugeridos, especialmente no campo governista, o desafio será construir consensos. Caberá ao governador Elmano de Freitas, ao ministro Camilo Santana e às lideranças partidárias articular alianças e evitar divisões que possam comprometer o desempenho eleitoral do grupo em 2026.

O Senado, que renovará dois terços das cadeiras, será estratégico para os rumos do Congresso Nacional e a governabilidade do próximo presidente da República — o que aumenta a importância da disputa em estados como o Ceará, onde o peso político é considerável.

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